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Arquitetos: Studio Ku Kan Nai
- Área: 36 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Hai Zhu
Arquitetura que desaparece. Em um jardim de verão, as plantas estão num estado mais natural e selvagem, e os limites originais, antes claros, desaparecem, com espécies variando em altura, criando assim uma experiência de fechamento e depois abertura. Esta casa de chá está localizada no extremo leste desse jardim. Caminhar pelo percurso de pedra é como uma exploração natural da vegetação e o contorno da casa de chá emerge das árvores escalonadas.
O volume está semienterrado com uma cobertura curva que desliza desde o alto até a parte mais baixa, e uma empena de apenas 1,5 metro, sobre a qual crescem flores e plantas naturalmente. A janela horizontal voltada para o jardim e para o interior, é sombreada como se fosse a entrada de uma caverna. De longe, toda a casa de chá parece uma planta brotando do chão, silenciosa, humilde e integrada ao jardim.
O teto curvo é naturalmente desenhado pela gravidade, variando de 3,15 metros até o ponto mais baixo de 1,8 metros na janela. A parede semicircular abriga a entrada e um nicho para sentar. Descendo as escadas pela parte posterior do volume e olhando para dentro do pátio, o teto curvo aumenta a profundidade do espaço, e o ponto focal da vista é a longa janela na frente, que tem 1,1 metros de altura e 5,6 metros de comprimento na horizontal, emoldurando o jardim se desdobrando como uma pintura em pergaminho.
O tampo da mesa está no mesmo nível do solo externo, e com a janela deslizante o interior e o exterior se integram. Em frente à janela, olhando para o pátio, as árvores parecem maiores e o pátio mais amplo, formando uma barreira natural para as construções existentes ao longo do jardim.
Do início da manhã ao meio-dia, o volume está envolto em sombras, como se fosse uma caverna escondida na floresta. No final da tarde, quando a luz do sol cai lentamente, as paredes ficam salpicadas de luz e sombra até o pôr do sol. A abertura e fechamento do espaço, a luz e sombra, o som e silêncio coexistem nesta pequena casa de chá, quando se está sentado em frente à janela, junto ao nicho ou deitado no chão, a forma e a escala do espaço afetam invisivelmente o comportamento físico e a experiência dos usuários. Em meio a agitação da cidade, jardins, bosques e a casa de chá juntos criam um pequeno mundo isolado, escondido na natureza, escondido na cidade.